Agora, vamos falar sobre como a LGPD atua na conformidade de dados e porque ela é a sua melhor aliada na cibersegurança.
Mas antes sejamos francos, a maioria das conversas sobre conformidade ainda soa como um mal necessário.
Algo que o jurídico exige, a TI implementa às pressas e a empresa torce para que não atrase nenhum projeto.
Regulações cada vez mais exigentes de um lado, diretores pressionando por inovação do outro — e no meio disso tudo, o DPO, tentando equilibrar compliance, segurança, operação e reputação.
Já ouvimos muito que “compliance engessa”, que “a segurança cuida disso”, que “é só mais uma política para constar na auditoria”. No entanto, é preciso reconhecer que essa é uma visão perigosa.
Entre ataques cada vez mais sofisticados e estruturas de dados cada vez mais complexas, a pergunta que fica é:
Sua empresa está tratando a conformidade de dados como uma estratégia de cibersegurança — ou ainda como uma obrigação burocrática?
Ou seja, é hora de reconhecer que sem uma postura ativa de tratamento de dados a cibersegurança fica cega.
Neste artigo, vamos discutir como a LGPD e a conformidade de dados pode (e deve) ser reposicionada como pilar estratégico da segurança cibernética e o papel do DPO nessas exigências.
Por que a LGPD está no centro da cibersegurança?
Sobretudo, a LGPD exige adoção de medidas técnicas e administrativas para proteger dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos, destruição ou qualquer forma de tratamento inadequado.
Esses requisitos se alinham diretamente com práticas de cibersegurança como:
- Gestão de acesso baseada em privilégios mínimos
- Monitoramento contínuo de ativos e ambientes
- Resposta ágil a incidentes de segurança da informação
- Uso de criptografia e firewalls como camadas essenciais de defesa
Mas não se trata apenas de tecnologia. A governança sobre dados exige estrutura organizacional, processos definidos e profissionais responsáveis, como o DPO.
O DPO é uma figura central na operação da LGPD. Ele atua como ponte entre a organização, os titulares dos dados e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).
Em dezembro de 2024, a ANPD notificou cerca de 20 grandes empresas brasileiras por ausência de DPOs formalmente designados, mesmo atuando em setores com tratamento massivo de dados pessoais.
A omissão pode resultar em multas de até R$ 50 milhões por infração ou 2% do faturamento da organização — um alerta claro para a seriedade da função.
Desafios e avanços da LGPD
Desde a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) em 2018, o Brasil vem avançando gradualmente na construção de uma cultura de privacidade e segurança da informação.
Inicialmente tratada com certo distanciamento por muitas organizações, a LGPD passou a ocupar um espaço estratégico nas agendas corporativas e institucionais.
Em especial, a partir de 2020, a pandemia da COVID-19 intensificou o debate público sobre o uso de dados pessoais. Outro marco essencial nesse caminho foi a aprovação da Emenda Constitucional nº 115.
Com ela, a proteção de dados pessoais foi elevada ao status de direito fundamental, consolidando sua importância em uma sociedade cada vez mais digitalizada.
Além disso, essa mudança fortalece a LGPD como base para a regulação de novas tecnologias, como inteligência artificial, biometria e big data.
No entanto, nem tudo avança no mesmo ritmo. Apesar das conquistas normativas, ainda há desafios significativos — sobretudo no setor público.
Mesmo com a digitalização acelerada dos serviços públicos, falta estrutura, governança e preparo técnico para garantir a segurança das informações pessoais dos cidadãos.
Esse cenário é preocupante, pois escancara uma assimetria entre a transformação digital e a capacidade de proteger os dados que circulam nesse ambiente.
Nos últimos anos, o país foi marcado por uma série de vazamentos massivos de dados, fraudes digitais e golpes envolvendo informações pessoais.
A realidade brasileira ainda apresenta contrastes: enquanto alguns setores estão avançados em maturidade de dados, outros sequer designaram um DPO.
Além disso, o uso crescente de tecnologias baseadas em inteligência artificial exige novas interpretações e medidas que garantam os direitos previstos na LGPD, como o direito à revisão de “decisões automatizadas”.
Em frente a esse cenário, o ano de 2025 promete ser decisivo com iniciativas como a Política Nacional de Proteção de Dados.
Devido à integração entre LGPD e o Marco Legal da IA, o Brasil tem a oportunidade de se destacar na regulação tecnológica como um modelo pioneiro, unindo inovação e conformidade.
Nesse contexto, é cada vez mais necessário tratar a proteção de dados como parte do planejamento estratégico — e não como uma obrigação burocrática.
Como o DPO pode atuar como elo entre jurídico, segurança e negócio?
Diante desse cenário de amadurecimento regulatório e crescimento das exigências da LGPD, o papel do DPO se torna ainda mais estratégico.
Na prática, o DPO atua como elo central entre jurídico, segurança da informação e negócios. Seu papel é integrar a proteção de dados às decisões estratégicas.
Para isso, ele precisa manter diálogo constante com o departamento jurídico, interpretando corretamente as obrigações da LGPD e orientações da ANPD.
Além de atuar próximo da área de segurança da informação, compreendendo os controles técnicos e verificando se estão de acordo com os princípios da lei.
Afinal, muitas medidas exigidas pela LGPD — como controle de acesso, criptografia, políticas de backup e resposta a incidentes — dependem de implementação técnica.
Por isso, seu papel é entender os controles de segurança existentes, avaliar sua eficácia e garantir que estejam alinhados a lei, com transparência, integridade e confidencialidade dos dados.
Portanto, é justamente nesse ponto de interseção que o DPO se mostra indispensável.
Conformidade de dados com plataforma e consultoria especializada
Com a crescente fiscalização da ANPD e o amadurecimento da cultura de privacidade no Brasil, é necessário estruturar, executar e monitorar planos de ação.
Pensando nisso, desenvolvemos a LGPDNOW, uma plataforma completa e integrada que permite colocar a conformidade em prática, com rastreabilidade, gestão e evidência.
A LGPDNOW foi desenhada para facilitar o dia a dia do DPO e promover a integração entre áreas técnicas, jurídicas e operacionais.
Nosso time atua lado a lado com sua organização e conta com um time de consultores jurídicos especializados em proteção de dados.
Essa integração entre tecnologia e consultoria especializada garante que a adequação à LGPD deixe de ser um projeto pontual para se tornar uma estratégia contínua e sustentável de conformidade e proteção de dados.
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