Com a popularização da inteligência artificial, os ataques de phishing evoluíram para uma nova fronteira: deepfakes de voz capazes de imitar executivos e colaboradores.
Em resumo, o deepfake phishing é uma forma avançada de golpe digital que utiliza inteligência artificial para falsificar vozes, rostos ou vídeos de pessoas reais.
Essas simulações são extremamente realistas e podem imitar executivos, colegas de trabalho ou parceiros comerciais com alta precisão.
Nesse caso, o objetivo é claro: enganar colaboradores e induzi-los a realizar ações indevidas — como autorizar transferências bancárias, enviar dados sensíveis ou até executar comandos críticos dentro da organização.
À medida que a tecnologia avança, as táticas dos cibercriminosos tornam-se mais sofisticadas. Esse tipo de fraude representa um risco significativo à reputação e ao patrimônio das empresas, exigindo novas estratégias de defesa em cibersegurança.
A chegada da IA generativa impulsionou um avanço sem precedentes nas tecnologias de voz, permitindo a criação de deepfakes de áudio hiper-realistas e clones de voz com grande precisão.
Portanto, a grande questão agora é: como se proteger desses ataques e evitar se tornar uma vítima?
Continue a leitura para entender mais sobre os ataques de voz e como sua organização pode se prevenir contra essas ameaças.
Que é deepfake phishing e como funcionam os ataques de voz com IA?
Primeiramente, as deepfakes de voz referem-se à imitação da fala de uma pessoa por meio de algoritmos de aprendizado profundo.
Nesse contexto, o termo vishing — contração de “voice phishing” — é usado para descrever ataques em que a voz é o canal utilizado para enganar vítimas e levá-las a compartilhar informações confidenciais.
A tecnologia atual permite reproduzir não apenas o tom e a entonação da voz de uma pessoa, mas também suas nuances e particularidades, tornando extremamente difícil distinguir entre uma fala autêntica e uma versão sintética.
Deepfake de phsining por voz já são amplamente utilizadas em fraudes baseadas em engenharia social. Casos recentes incluem desde vídeos manipulados até e-mails escritos por IA, vozes clonadas e mensagens altamente personalizadas usadas como armas em campanhas de ataque.
Segundo o Identity Theft Resource Center, houve um aumento de 148% em casos de falsificação de identidade entre abril de 2024 e março de 2025 — impulsionados, em grande parte, pelo uso de IA generativa em ataques de phishing.
Definitivamente, as ferramentas de clonagem de voz estão cada vez mais acessíveis, criminosos conseguem criar um “gêmeo digital” da voz de qualquer pessoa com apenas uma pequena amostra de áudio.
FBI alerta sobre o uso de IA em ataques de engenharia social
Recentemente, a divisão do FBI em São Francisco emitiu um alerta sobre o crescimento de ataques que utilizam ferramentas de inteligência artificial para realizar fraudes sofisticadas — incluindo deepfake phishing e vishing com clonagem de voz e vídeo.
A IA amplifica a velocidade, o alcance e a eficácia de táticas já conhecidas. Criminosos vêm utilizando ferramentas públicas e customizadas para criar campanhas altamente personalizadas, explorando a confiança de suas vítimas.
Esses ataques são caracterizados por mensagens com linguagem natural, ortografia correta e conteúdo emocionalmente convincente, o que aumenta a taxa de sucesso de fraudes e vazamento de dados.
Além das técnicas tradicionais, os criminosos estão cada vez mais utilizando vídeos e áudios falsificados, representando pessoas de confiança como colegas de trabalho, executivos e familiares — com um nível de realismo nunca visto.
Por que os ataques de voz com IA são tão perigosos?
Sobretudo, a principal ameaça dos ataques de voz impulsionados por IA é sua capacidade de manipulação com aparência legítima. Um deepfake bem executado pode levar um colaborador a:
- Compartilhar informações sensíveis;
- Autorizar transações bancárias;
- Executar comandos críticos sem questionamento.
Nesse caso, as consequências vão além da perda financeira. Há danos à imagem, comprometimento de dados estratégicos e responsabilidades legais envolvidas.
E o problema se agrava: diferentemente do phishing por e-mail, que pode ser monitorado com ferramentas de segurança, o vishing não pode ser facilmente interceptado ou detectado por tecnologia tradicional, já que ocorre por meio de ligações ou áudios diretos.
Por que os ataques de voz com IA são perigosos?
Embora vishing e phishing sejam tipos de ataques de engenharia social e usem muitas das mesmas táticas, a principal diferença entre eles é o meio usado para realizar os ataques.
As implicações desses golpes impulsionados por IA são reais e cada vez mais graves. As consequências podem incluir:
- Transferências bancárias indevidas
- Exposição de dados sigilosos
- Roubo de identidade em massa
- Comprometimento jurídico e reputacional
Um golpe deepfake bem executado envolvendo um CEO pode induzir funcionários a iniciar transferências bancárias não autorizadas ou divulgar informações confidenciais, o que pode custar às empresas enormes somas de dinheiro e dores de cabeça jurídicas.
Como se proteger de deepfake phishing?
Embora os golpes com IA estejam se tornando mais sofisticados, ainda existem sinais de alerta e medidas de proteção que podem ajudar a frustrar essas fraudes.
Especialistas em segurança aconselham ficar atento a qualquer indício de que algo não está certo. Assim como os ataques de phishing, a prevenção de vishing baseada em treinamento é imperfeita.
Sempre existe a possibilidade de um ataque escapar. No entanto, ao contrário do phishing, o vishing é difícil de prevenir usando tecnologia.
Como o vishing ocorre por telefone, a detecção de possíveis ataques exigiria escutar todas as chamadas telefônicas e observar sinais de alerta.
Por esta razão, as organizações devem abordar os ataques vishing implementando a defesa em profundidade e concentrando-se nos objetivos do atacante.
Em um contexto corporativo, um ataque vishing pode ser projetado para infectar o sistema de um funcionário com malware ou fornecer ao invasor acesso a dados corporativos confidenciais.
- Implemente uma segurança robusta em suas contas importantes: use autenticação multifator (MFA);
- Atualizar regularmente seus softwares e dispositivos, já que as atualizações corrigem vulnerabilidades de segurança que os hackers exploram;
- Invista em treinamentos regulares para os colaboradores para identificar tentativas de fraudes com técnicas de defesa;
- Adote medidas de segurança modernas para proteção de e-mail que ainda permanece sendo um dos vetores mais explorados de ataque;
- Estabeleça políticas rígidas de verificação de solicitações de transferência de recursos ou compartilhamento de dados confidenciais;
- Invista em serviços de proteção e monitoramento contínuos, como consultoria estratégica de segurança e integração de soluções NOC e SOC.
A nova face da engenharia social exige uma nova postura em segurança
Atualmente, com o avanço da inteligência artificial, os ataques cibernéticos deixaram de ser apenas um problema técnico — tornaram-se ameaças altamente persuasivas, humanas e sofisticadas.
O deepfake phishing é mais do que uma tendência: é uma realidade que desafia os modelos tradicionais de defesa e exige uma abordagem moderna, integrada e inteligente de cibersegurança.
Sua organização está preparada para reconhecer e reagir a esse novo tipo de ameaça?
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