Ao mesmo tempo em que a convergência entre hardwares, softwares e redes transformou profundamente a forma como as empresas operam, ela também acelerou processos, otimizou rotinas e elevou a produtividade.
No entanto, essa integração abriu espaço para uma nova classe de ameaças: ataques a sistemas ciber-físicos (CPS — Cyber-Physical Systems) capazes de gerar consequências físicas.
Ao combinar componentes computacionais e de comunicação com sensores, máquinas e plataformas de automação, eles controlam e monitoram processos físicos em tempo real.
Em outras palavras, o digital não apenas observa, mas interage, comanda e executa ações sobre o mundo físico.
Neste artigo, você conhecerá os principais riscos de sistemas ciber-físicos, analisará incidentes recentes e aprenderá práticas essenciais de proteção.
O que é a integração de sistemas ciber-físicos?
A integração de sistemas ciber-físicos se refere à combinação de componentes computacionais, softwares, redes e dispositivos físicos em um único sistema coordenado.
Essa integração permite que processos físicos sejam monitorados, controlados e automatizados em tempo real, transformando operações em setores como indústria, transporte, energia e logística.
A combinação orquestrada entre elementos de TI, redes industriais, dispositivos conectados e tecnologias de detecção cria um ecossistema integrado e inteligente, que é a base da Indústria 4.0 e do avanço tecnológico corporativo.
Uma das possibilidades dos CPS é a integração de IoT em múltiplos domínios e camadas, conectando dados operacionais com algoritmos avançados, funções de análise preditiva e inteligência artificial.
Entretanto, quanto mais esses ambientes se tornam conectados, mais a superfície de ataque se expande.
O que antes era um circuito isolado, operado manualmente, hoje depende de softwares, APIs, plataformas em nuvem e pontos de integração remotos.
Logo, vulnerabilidades digitais podem ser exploradas para provocar efeitos concretos:
- bloquear sistemas,
- interromper operações,
- redirecionar cargas,
- manipular rotas,
- paralisar equipamentos
- ou comprometer serviços críticos.
Portanto, a interdependência que impulsiona a eficiência corporativa é a mesma que expõe empresas a uma nova geração de ataques capazes de atravessar o limite entre o virtual e o físico.
Riscos relacionados aos sistemas ciber-físicos
Em contrapartida, a conectividade que otimiza processos, reduz custos, aumenta a produtividade e impulsiona a eficiência é a mesma que expõe vulnerabilidades e coloca em risco sistemas e operações críticas.
Essa exposição ocorre porque sistemas cada vez mais interligados criam uma superfície de ataque maior, oferecendo múltiplos pontos de entrada para agentes maliciosos.
Um novo estudo da Claroty relevou que 62% das empresas com sistemas ciber-físicos registraram prejuízo de US$ 100 mil a US$ 500 mil devido a ataques cibernéticos.
Além disso, o levantamento mostra que 38% dos riscos nos ativos de sistemas ciber-físicos são negligenciados por abordagens tradicionais de gerenciamento de vulnerabilidades.
Nesse cenário, o ransomware continua sendo um dos principais responsáveis pelos altos custos de recuperação.
No Brasil, mais de 70% das organizações afirmaram ter pago resgates de quase US$ 500 mil para recuperar o acesso a sistemas, arquivos criptografados e retomar as operações.
As perdas financeiras caminham lado a lado com impactos operacionais. 54% das empresas relataram entre uma e doze horas de paralisação, afetando diretamente sua capacidade de produção de bens ou serviços.
Entre as causas mais recorrentes dos incidentes aparecem as exposições de terceiros e o acesso remoto. Sistemas ciber-físicos podem gerar riscos de segurança complexos, e as empresas precisam se preparar para esse tipo de ataque.
No entanto, antes é necessário conhecer alguns dos principais desafios de segurança enfrentados:
- Vulnerabilidades de software e hardware;
- Exposição a redes externas;
- Ataques de negação de serviço (DDoS);
- Manipulação de dados em tempo real;
- Riscos à privacidade dos dados;
- Complexidade da integração entre componentes;
- Normas de conformidade e regulamentação.
Casos de ataques recentes
Ataques a sistemas ciber-físicos têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados. Desde 2024, a Proofpoint identificou pelo menos três grupos distintos atuando nesse modelo, com quase duas dezenas de campanhas registradas nos últimos meses.
Os impactos financeiros são significativos: o National Insurance Crime Bureau estima que perdas por roubo de carga aumentaram 27% em 2024 e devem crescer mais 22% em 2025, chegando a US$ 35 bilhões ao ano.
Recentemente, um ataque causou sérios transtornos ao Aeroporto de Heathrow, em Londres, através de um ransomware direcionado ao sistema de check-in e embarque da Collins Aerospace.
A paralisação do sistema resultou em longas filas, atrasos e voos cancelados. Além disso, os impactos se refletiram em custos para exportadores, importadores e operadores logísticos.
A KNP Logistic Group, transportadora britânica, ilustra bem esses estragos. Alvo de um grupo criminoso, a brecha utilizada foi uma senha fraca, deixada em um sistema acessível pela internet.
Com a senha em mãos, o grupo conseguiu tomar o controle de sistemas digitais da KNP e paralisar toda a operação. Sem acesso a informações essenciais, como dados comerciais e rotas, os caminhões da transportadora ficaram todos parados.
O resultado da ação criminosa veio poucas semanas depois quando a empresa entrou com processo de insolvência civil — onde a Justiça reconhece que as dívidas superam os ativos.
Por isso, falta de investimentos em segurança digital em sistemas e infraestruturas críticas se tornou um ponto de atenção.
Enquanto o volume de dados aumenta, muitas das estruturas ainda operam com sistemas defasados, sem integração entre áreas críticas e com baixa capacidade de resposta a incidentes cibernéticos.
Como se proteger contra ataques a sistemas ciber-físicos?
Principalmente, os ataques a sistemas ciber-físicos muitas vezes começam explorando o vetor humano: usuários que recebem e-mails maliciosos, criam senhas fracas, clicam em links inseguros ou compartilham credenciais.
Para se proteger, é essencial adotar uma abordagem que combine tecnologia avançada e conscientização das pessoas.
Com a transformação digital, a nuvem, dispositivos móveis e o trabalho remoto, os perímetros tradicionais deixaram de ser suficientes.
Hoje, o e-mail é o principal vetor de ataques cibernéticos, incluindo:
- Ransomware: bloqueia sistemas e exige pagamento para liberação.
- BEC (Business Email Compromise): finge ser um contato confiável para induzir ações financeiras.
- Phishing de credenciais: captura informações de login para acessar sistemas críticos.
A eficácia dessas ameaças está justamente em como exploram os usuários. Por isso, a proteção precisa começar pelo fator humano:
- Conscientização e treinamento contínuo: educar os colaboradores para identificar ameaças.
- Tecnologia de filtragem avançada: bloquear e-mails maliciosos antes que cheguem à caixa de entrada.
- Monitoramento e resposta ativa: detectar padrões suspeitos e agir rapidamente.
Com a Proofpoint, sua empresa ganha uma primeira linha de defesa robusta, reduzindo drasticamente o risco de que ataques direcionados via e-mail comprometam sistemas ciber-físicos e infraestruturas críticas.
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