Sobretudo, a cibersegurança no setor financeiro é indispensável. Ainda mais quando ataques aos bancos se tornaram mais frequentes, sofisticados e, principalmente, onerosos.
Desde o avanço das transações on-line, serviços financeiros móveis e adoção de tecnologias emergentes, as instituições se transformam em alvos atrativos para hackers.
Segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária, os bancos brasileiros invistam cerca de 10% do orçamento de tecnologia em cibersegurança.
Desses investimentos, o foco está em arquitetura, infraestrutura e ferramentas de detecção e resposta a ameaças cibernéticas, gestão de identidades e acessos, treinamento dos colaboradores, testes de invasão e criptografia de dados.
Embora internamente os bancos invistam em segurança, a brecha para invasões pode estar nos sistemas de empresas terceirizadas.
Tanto que o caso Sinqia é um exemplo de como os atacantes podem atuar e se infiltrar nos sistemas, seja por falhas na segurança ou diante da compra de credenciais legítimas de ex-funcionários.
Neste artigo, vamos explorar os mecanismos de cibersegurança no setor financeiro, seus desafios, e como se proteger contra possíveis ameaças.
Hackers exploram credenciais legítimas
Para início de conversa, o Brasil vive uma revolução no que diz respeito a roubos e violações financeiras.
Certamente, não ouvimos mais falar com a mesma frequência sobre ataque as agências bancárias ou a carros forte, o principal alvo dos criminosos é o sistema financeiro, visado por suas duas grandes iscas: ativos valiosos e dados pessoais.
Segundo a pesquisa do Banco Central: cerca de 30% das instituições financeiras não revisam periodicamente as credenciais de seus funcionários.
Essa falta de monitoramento, juntamente com a gestão ineficiente de terceiros, representa pontos cegos na segurança e as torna vulneráveis, e sistemas vulneráveis são um prato cheio para ataques cibernéticos.
Conforme a pesquisa, apenas 37% das instituições realizam avaliações de riscos relacionados a terceiros, o que é um número relativamente baixo.
O caso Sinqia, companhia que conecta os bancos ao PIX, evidenciou como uma única brecha nos sistemas pode ser o suficiente, e se tornou vítima de um ataque cibernético.
O ataque recente aconteceu por meio da exploração de credenciais legítimas, com a tentativa de desvio de R$ 710 milhões. O alarmante, é que esse não é um caso isolado.
Pouco antes, em julho desse ano, o país registrou um dos maiores ataques hackers no país e pôs em xeque a cibersegurança no setor financeiro.
Nesse caso, a C&M Software, que conecta bancos menores ao sistema PIX do Banco Central, sofreu uma invasão em suas infraestruturas.
Na ocasião, os criminosos teriam usado credenciais de clientes, como senhas, para acessar os sistemas da empresa de forma fraudulenta.
Portanto, diante dessa onda de incidentes, vemos uma semelhança entre o modus operandi dos atacantes: a conexão entre os ataques é que eles exploram credenciais legítimas.
Panorama de cibersegurança no setor financeiro
Recentemente, o sistema financeiro brasileiro passou por uma série de mudanças, acarretando uma das suas maiorias revoluções no setor.
Se antes o sistema bancário era restrito a algumas instituições, nos últimos anos essa realidade mudou, com mudanças como o Pix, Open Banking, o surgimento das fintechs e tantas outras inovações digitais.
Apesar do crescimento, a porta da digitalização foi aberta e possibilitou novas entradas para os cibercriminosos, expondo o sistema financeiro a riscos e vulnerabilidades digitais.
Conforme, o Relatório de Custo de Violação de Dados de 2025 da IBM, as violações de dados atingiram um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior.
O estudo ainda mostra que no setor os custos foram de R$ 8,92 milhões, ficando em em segundo lugar no ranking global de ataques cibernéticos, segundo o relatório da Verizon.
Ainda segundo o relatório, mostram que o uso de credenciais roubadas lideram as violações. Na América Latina, foram 657 casos no setor, com 413 vazamentos confirmados.
Enquanto isso, no Brasil, só em 2024, o Banco Central reportou 12 incidentes de vazamentos de chaves PIX.
Já no que diz respeito ao setor financeiro global, os incidentes cibernéticos geraram perdas de US$ 12 bilhões, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Porém, a pesquisa da FEBRABAN, aponta para um cenário de crescimento da cibersegurança no setor financeiro brasileiro.
Isto é, considerando os números globais, com investimentos em aproximadamente 7%, o Brasil é um dos países que mais investem na área, alcançando 10%.
Proteção começa no mapeamento de riscos e ameaças
A segurança digital nunca foi tão debatida quanto agora. Devido ao aumento das transações online e da digitalização de serviços bancários, criminosos estão cada vez mais sofisticados em suas abordagens.
Infraestruturas frágeis, muitas vezes terceirizadas, sem visibilidade em tempo real, o que exponencia falhas em governança e testes de segurança, cenário agravado por ausência de planos de respostas a incidentes.
Por isso, é essencial tratar a segurança como a parte estratégica do negócio com monitoramento contínuo, autenticação forte, segmentação de ambientes e auditorias frequentes.
O resultado das violações para o sistema financeiro vai desde potenciais perdas financeiras, danos reputacionais, riscos regulatórios e queda na confiança de clientes e parceiros de negócios.
Conforme, Pedro Eurico Rego, gerente de segurança da Tenable no Brasil e profissional focado em gestão de riscos cibernéticos:
“Muitas empresas ainda têm dificuldade para mapear ativos, saber quem acessa o quê. Quanto mais fácil para o usuário, mais fácil para o atacante.”
Ele lembra que a IA ajuda muito na detecção, mas é preciso ter um olhar para o passado, onde o ataque já aconteceu.
Logo, a verdadeira proteção está em mapear riscos antes, identificar o que é crítico, monitorar acessos
Como fortalecer a resiliência no sistema financeiro digital?
Diante da crescente digitalização dos serviços financeiros, a resiliência cibernética deixou de ser uma vantagem competitiva e passou a ser uma necessidade estratégica.
Instituições financeiras precisam estar preparadas não apenas para prevenir ataques, mas também para responder e se recuperar rapidamente diante de incidentes. Isso exige uma abordagem multidimensional, que vai além da tecnologia.
Definitivamente, investir em cibersegurança robusta, com criptografia, autenticação multifator e monitoramento contínuo, é o primeiro passo.
A resiliência também passa pela adoção de planos de continuidade de negócios bem estruturados, testes de recuperação de desastres e uma arquitetura de TI distribuída e escalável.
Além disso, é fundamental fortalecer a governança, garantir a conformidade com normas regulatórias e cultivar uma cultura organizacional voltada à segurança.
Capacitar colaboradores, realizar simulações de ataque e promover a conscientização interna são práticas essenciais para reduzir riscos humanos.
Logo, soluções como:
- Gestão de identidades e privilégios;
- Monitoramento e resposta avançada a ameaças com XDR;
- Firewalls de nova geração e segmentação inteligente.
Além de ferramentas voltadas à governança contínua e conformidade regulatória, são componentes essenciais para proteger ambientes financeiros cada vez mais complexos.
Entretanto, o verdadeiro diferencial está na integração estratégica dessas tecnologias — o que exige visão, experiência e conhecimento profundo do cenário de riscos.
Se sua organização busca fortalecer a resiliência digital com eficiência e segurança, nossa consultoria em TI está pronta para apoiar.
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